Esta é a primeira vez que peças da Coleção do Museu Pergamon de Berlim são vistas fora da Alemanha. Com mais um detalhe: algumas não foram admiradas nem pelos alemães, já que faziam parte do acervo do museu e foram restauradas exclusivamente para esta exposição no MAB - Museu de Arte Brasileira, da FAAP, que é o resultado da parceria real e inédita entre a FAAP e o museu berlinense.

Para este “passeio”, selecionamos 36 peças – sob orientação do seu curador, o antropólogo brasileiro Tiago de Oliveira Pinto - que refletem a magnitude, o preciosismo e a beleza de uma das mais ricas e representativas coleções da arte greco-romana do mundo. Você será guiado pelas quatro salas que compõem a exposição – Panteon dos Deuses, Teatro, Jardim da Vila Romana e Altar de Pergamon – e apreciará, em cada uma delas, algumas das obras mais significativas dos três períodos que marcaram a cultura grega: arcaico, clássico e helênico.

O curador - que trabalhou em conjunto com a antropóloga alemã, Dagmar Grassinger -, ressalta que a exposição é uma ótima oportunidade para a reflexão sobre a nossa própria cultura, já que traduz, em muitos aspectos, características de nossa realidade, como o culto ao corpo, a nudez e aspectos de nossa religiosidade. Impossível não se identificar com a reunião familiar das divindades, mostradas em seus aspectos mais humanos no Panteon dos Deuses, primeira parte da mostra. Nas esculturas, é perceptível a preocupação dos gregos com a beleza e a proporção das formas, com a perfeição dos corpos e o rejuvenescimento. Vale observar Hermes e Apolo, apresentados mais velhos e, depois, com corpos quase adolescentes e afeminados. Afrodite revela sua nudez incomparável em duas belas esculturas.

Já no Altar de Pergamon, a maior sala da exposição, você pode admirar o corpo do Atleta, esculpido por Policleto para definir o ideal de perfeição da beleza masculina. Este ideal também é admirável nas figuras de Heracles (o Hércules romano) e do gigante Porfírio, num dos trechos do friso do Altar de Pergamon, que também reproduzimos. Esta obra gigantesca, réplica em gesso, mostra o friso lateral do altar de Zeus e conta a história da batalha entre Deuses e Gigantes, a “Gigantomaquia”– mito grego que faz lembrar do desafio diário da Humanidade, a luta da Ordem para controlar o Caos.

O Teatro e o Jardim da Vila Romana também são espaços de puro deleite, com seus sátiros e divindades e a influência marcante do deus Dionísio. Aproveite a companhia de Tiago de Oliveira Pinto, por meio dos comentários que ele fez sobre cada obra e, se você se perder, basta clicar na interrogação para ler as dicas de navegação do passeio. Απολαύστε *!

*Divirta-se em grego