Data: 1988
Material: Acrílico sobre lona

O artista cearense Leonilson (Bezerra Dias) sempre fez uso da palavra e do texto em suas obras. Desde o início. Eles integram-se às imagens metamorfoseando-se em desenhos ou pinturas, não importando a forma como surgem: bordados sobre tecidos ou apenas riscados sobre papel. Há uma certa musicalidade nos versos que ele cria, como nesta obra que escolhemos. Curioso: ele se permitia cometer erros ortográficos apenas para atender à sonoridade do texto. Ele se dizia apaixonado pela palavra, por isso a escrevia nos desenhos, ao invés de escrevê-las em cadernos. Sorte nossa.

NO PRIMEIRO PISO
Os sentidos da arte moderna

Cerca de 240 trabalhos fazem essa reflexão, incluindo os questionamentos internos à própria obra, subdivididos em quatro núcleos: “Nome Próprio”, com experiências subjetivas e individuais dos anos 90; “Limite do Sentido”, no qual as obras exploram as fronteiras da linguagem, já quase perdendo sua significação; “Sintaxe de Palavras” busca analogias com conceitos da sintaxe, como o da subordinação entre os elementos e, por último, “Palavra Censurada” traz obras do período da ditadura militar que sofreram censura.

Alguns artistas merecem espaço individual dentro dessa proposta: o gravurista Arthur Luiz Piza, que criou um vocabulário comparável à escrita cuneiforme e Leonilson, com seus trabalhos que envolvem palavras - sempre lindos -, dos quais destacamos “Todos os rios levam à sua boca”.