Data: 1968
Material: Ampliações fotográficas em P&B

A inglesa Maureen Bisilliat se apaixonou pelo Brasil nos anos 50 e aqui ficou. Sua natureza camaleônica e sua “alma errante” ajudaram-na a percorrer atividades diversificadas. E foi trabalhando para a revista Realidade – criada em 1965, no auge da ditadura, cuja narrativa se baseava na vivência do jornalista com a realidade retratada – que ela conheceu o Brasil. As fotos expostas na OCA foram feitas para uma reportagem que ela realizou com o jornalista Audálio Dantas, na Paraíba, para registrar a vida das mulheres que caçam caranguejos, no meio da lama movediça. Trata-se de um dos trabalhos mais conhecidos da artista.

NO SUB-SOLO
O subconsciente do Museu

A ausência das obras “perdidas” pelo MAM, em 1963, é sentida neste espaço. Por isso, ele é uma espécie de “território de sombras”, que exalta obras inquietas, traduzindo não a cultura do modernismo brasileiro de 1922 e nem do modernismo formalista, mas, sim, trabalhos que “traem” o estabelecido, o comum.

Aqui estão reunidos artistas questionadores como Nelson Leirner, Vik Muniz, Waltércio Caldas, Gustavo Resende, Tunga, Sandra Cinto, Leda Catunda, Lenora de Barros e Regina Silveira. As obras desta última, de alguma forma, inspiraram a curadoria com suas “Sombras”: estes são os primeiros trabalhos que o visitante vê ao chegar ao sub-solo.

A fotografia tem destaque nesta exposição (porque o Museu aposta muito nessa arte), expondo imagens em P&B de celebridades da cena política e cultural ou em composições fortes como “As Caranguejeiras”, da inglesa Maureen Bisiliat.